Qual a importância do fator humano frente à tecnologia?

Inovações são apenas ferramentas para que pessoas conduzam com eficiência e inteligência o processo de transformações

Inteligência artificial, Internet das Coisas (IoT), 5G, realidade aumentada, robôs autônomos, sensores inteligentes, Big Data, cloud computing, impressão 3D… Todos esses são exemplos de avanços tecnológicos que têm revolucionado a nossa maneira de viver, com impactos nas mais diversas áreas da sociedade e setores da economia. No contexto organizacional, um dos principais objetivos dessas inovações, que fazem parte da chamada 4ª Revolução Industrial, é trazer ganhos em eficiência produtiva. E a expectativa é positiva: só nesse quesito, a indústria 4.0 poderia gerar economia de R$ 31 bilhões ao ano para o Brasil, segundo a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). Entretanto, não há como falar de tecnologia sem reconhecer um elemento indispensável para que ela possibilite resultados mais eficazes nas empresas: o fator humano.

Embora hoje existam máquinas com capacidade de nos substituir em diferentes tipos de atividades, principalmente básicas e repetitivas, as habilidades humanas não deixarão de ser essenciais nas organizações. Competências como pensamento crítico, solução de problemas, criatividade, intuição, empatia, inteligência emocional e conexão são fatores-chave para extrair o melhor das tecnologias, usá-las para agregar valor às organizações e à sociedade e, ao mesmo tempo, criar condições para a manutenção do bem-estar das pessoas. Em outras palavras, as inovações são ferramentas que podem ser usadas. Os avanços reais em produtividade, eficiência e criação de novas soluções são resultado da ação das pessoas. Por isso, é fundamental aliar as duas coisas.

O futuro é tecnológico. Mas como se adaptar?

Sem dúvidas, tudo começa pelo conhecimento quando o assunto é promover transformações positivas por meio da tecnologia. Para definir as inovações mais adequadas, compreender os benefícios que elas podem trazer e começar a implementá-las, as capacidades humanas de visão sistêmica, ética e de conhecer a realidade são fundamentais. É necessário que as lideranças entendam como sua organização se encaixa no contexto tecnológico – e de que forma os avanços ligados à indústria 4.0 podem agregar valor aos negócios ou sociedade.

As capacidades humanas são essenciais para gerar mudanças por meio da tecnologia

A partir disso, deve-se ter em mente a importância da capacitação dos profissionais, peças-chave no processo. É comum que muitos deles não tenham conhecimento suficiente sobre as inovações tecnológicas: afinal, esses avanços têm surgido e se consolidado de maneira extremamente acelerada e em escala global. Isso gera diferentes níveis de insegurança, ansiedade e medo, já que um grande número de pessoas não está preparada para usar a tecnologia e os aplicativos de gestão – como apontado em pesquisa com profissionais com mais de 50 anos, por exemplo . Por isso, é fundamental mudar a forma de pensar a tecnologia.

O papel do líder é promover consciência sobre as oportunidades positivas que as inovações podem trazer. Isso inclui explicar a nova realidade tecnológica para os profissionais, qual é a expectativa da empresa e de que maneira cada um vai atuar – deixando claro também que, se não estiverem abertos ao aprendizado, eles ficarão “para trás” no mercado de hoje. Da mesma forma, é preciso criar condições para que as equipes de trabalho se desenvolvam e aprendam a utilizar as inovações no seu dia a dia.

Nesse sentido, outro fator humano que não pode faltar é a empatia. Líderes precisam ter um olhar empático e humanizado com suas equipes para conduzi-las no processo tecnológico, reconhecendo os impactos que isso pode causar, principalmente em profissionais não familiarizados com as novidades. Parte disso envolve fazer uma leitura do contexto, ou seja, observar o clima emocional da equipe em relação às inovações que serão implementadas. Também é necessário conhecer as necessidades e particularidades de cada pessoa para apoiá-las, criando um ambiente de confiança e segurança psicológica que minimize a ansiedade e insegurança nesse contexto de adaptação às transformações.

A empatia é um fator humano indispensável para as lideranças conduzirem as transformações na organização

Além disso, um ponto central é o alinhamento constante de expectativas, com monitoramento de resultados. As lideranças precisam ter conversas frequentes com suas equipes para perceber se a adaptação às tecnologias está ocorrendo de forma adequada e agregando valor, tanto aos profissionais quanto à organização. Se necessário, os gestores podem promover mudanças que facilitem e melhorem o processo.

Por fim, como resume bem o palestrante futurista Gerd Leonhard, a nova maneira de trabalhar é adotar a tecnologia, mas não se “tornar” ela. Não há dúvidas de que as inovações devem ser incorporadas às organizações e à sociedade: afinal, elas melhoram processos e trazem mais eficiência, pontos importantes para qualquer organização, assim como podem melhorar a qualidade de vida. Mas deve-se sempre ter em mente que as tecnologias são ferramentas. A real transformação ocorre por meio da ação e das capacidades humanas, tanto para garantir o bem-estar das pessoas durante o processo quanto para pensar em soluções que agreguem valor.

Leia também nossos textos sobre diversidade nas organizações e Comunicação Não Violenta! 

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