Lados direito e esquerdo do cérebro: como integrar a mente inteira?

Capacidade analítica tem sido mais valorizada; no entanto, habilidades como criatividade e empatia se tornaram essenciais para indivíduos e organizações

Habilidades técnicas e analíticas, formação profissional e resultados passados são tipicamente os fatores mais observados na contratação de colaboradores. Contudo, em casos de demissão, seja por iniciativa da empresa ou do empregado, são questões comportamentais que mais pesam. Um levantamento feito em 2021 pela The School of Life, em parceria com a Robert Half, mostra que 60,47% dos líderes já demitiram alguém por conduta inadequada, enquanto 47,69% dos liderados já pediram demissão por questões de relacionamento com um líder ou colega diretos.

Os dados evidenciam a necessidade e a importância de buscarmos constantemente desenvolver nossas habilidades humanas, como criatividade, visão do todo e empatia. Isso, por sua vez, implica em uma demanda pelo uso mais intenso do lado direito do cérebro, ou seja, da parte mais criativa, conceptual e conexional, como propõe o autor Daniel Pink no livro “O Cérebro do Futuro”.

A obra se utiliza da teoria de que cada hemisfério do cérebro apreende o mundo de determinada maneira para mostrar que as pessoas mais preparadas para superar os desafios do futuro são aquelas que conseguem estabelecer uma integração entre lógica e intuição, análise e criatividade, firmeza e empatia.

Em outras palavras, é preciso saber usar tanto as habilidades lógicas e analíticas do lado esquerdo quanto as capacidades criativas e de compreensão (dos outros e de contexto) do lado direito. É isso que vai permitir que as pessoas, em posição de liderança ou não, olhem para um desafio específico e consigam enxergar como ele se conecta com o sistema, pensando em soluções abrangentes que agregam valor para e com toda a equipe e, em última instância, a organização e ecossistemas associados.

Habilidades do lado direito, como criatividade e empatia, são essenciais para enfrentar os desafios do futuro.

A questão é que, historicamente, fomos incentivados e recompensados a privilegiar as competências do lado esquerdo e a focar em aspectos como função, argumento, foco, lógica, seriedade e acumulação. Estas competências podem facilmente ser substituídas por tecnologia e inteligência artificial. Para ter maior sucesso profissional e satisfação pessoal, no contexto atual, Pink afirma que é preciso trabalhar e fortalecer seis aptidões fundamentalmente humanas, que ele denomina essenciais e funcionam como complemento: Design, Estórias, Sinfonia, Empatia, Diversão e Significado.

Como conectar e integrar os lados direito e esquerdo do cérebro?

Assim como fomos ensinados a priorizar as habilidades relacionadas ao lado esquerdo do cérebro, podemos nos dedicar a aprender a valorizar aquelas associadas ao lado direito. O segredo para isso está no estudo e no treino persistente – o que é necessário para qualquer processo de aprendizagem.

Individualmente, o coaching pode contribuir para ampliar a autoconsciência sobre as habilidades que precisam ser fortalecidas – e também como desenvolver estratégias e práticas para desenvolvê-las. Tanto líderes quanto liderados podem se beneficiar do processo.

Porém, é preciso considerar que cada pessoa tem suas especificidades e, mesmo dedicando-se, as fortalezas e fraquezas de cada um podem se sobressair. Assim, em paralelo, líderes podem se dedicar a criar equipes “mistas e diversas”, compostas por colaboradores mais analíticos e processuais e outros mais criativos e empáticos. Isso vai contribuir para um olhar mais holístico e integrado para o trabalho desenvolvido e melhorar a forma de atender às demandas de todos os stakeholders. Leia outros textos da ns2a no nosso blog!

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