Identificar os gatilhos que nos fazem vivenciar o estresse como algo negativo contribui para que sejamos menos afetados por eles
Na vida moderna, conectada, imediatista e sobrecarregada de demandas, o estresse se tornou tão presente quanto as redes sociais. Aos poucos, assumiu papel de vilão, sendo comumente associado a sentimentos ruins, transtornos mentais como o burnout e ao desenvolvimento de sintomas físicos. Contudo, o estresse não é, em essência, prejudicial – por isso, é importante entender o que ele é, assim como a diferença entre estresse negativo e positivo, para aprendermos a administrar situações estressantes e não sermos tão impactados por elas.
O estresse é uma resposta do nosso organismo a determinados estímulos, como excesso de demandas a serem atendidas em um curto período de tempo. Ele também pode ser descrito como o resultado da diferença entre expectativas relacionadas a algo e a realidade desta mesma situação. Diante de um entendimento comum de que esse desencontro provoca frustração, a conotação negativa é inegável. Contudo, é a forma como nos relacionamos com o estresse que vai determinar se ele será bom ou ruim.
Por um lado, ele pode atuar como um propulsor de crescimento e desenvolvimento. Isso porque quando o cérebro não tem desafios, ele tende a estagnar e definhar. Assim, o estresse assume a função de estimular progresso – e, mesmo que de forma inconsciente, sabemos disso, já que a superação de pequenos desafios nos traz mais satisfação do que uma rotina sempre tranquila. É nessa situação que o estresse pode ser considerado positivo.
Ele se torna negativo quando é excessivo, mas essa medida é individual e depende de questões como maturidade, experiências, modelo mental, metas pessoais, entre outras. Há pessoas, por exemplo, que se estressam mais com relacionamentos interpessoais, assim como há aquelas que se sentem mais estressadas quando precisam entregar resultados. Nesses momentos, o estresse – e qualquer outra sensação ruim que o acompanhe – nos domina e a tendência é reagirmos de forma automática, sem controle sobre nosso cérebro emocional e racional.
Gerencie o estresse com autoconhecimento e reflexão
O primeiro ponto para lidar melhor com isso é dedicar-se ao autoconhecimento e identificar os gatilhos que levam ao estresse negativo. Há diversas formas de criar esse espaço para reflexão sobre si, inclusive por meio do coaching em qualquer uma de suas modalidades, journalling e outras ferramentas de assessment.
Em um segundo momento, é importante também encontrar formas de desativar esses gatilhos, seja por meio de exercícios de respiração, do uso de âncoras internas ou de qualquer outra ação que ajude a reconectar a mente e não reagir de forma automática.
Esses processos, que podem envolver também busca de informações em outras fontes e o input de terceiros, não servem para negar as emoções que determinadas situações vão gerar, e sim para gerenciá-las. E eles precisam ser sistematicamente exercitados.
Outra medida importante é entender que há muito pouco sob nosso controle. Isso é essencial para manter as expectativas alinhadas às possibilidades que a realidade apresenta, e também para manter o foco naquilo que está sob nosso controle. Veja um exemplo: controlar a chuva está fora do nosso alcance, mas ter um guarda-chuva quando a previsão é de mau tempo é perfeitamente possível e diminui seu efeito sobre nós. Que tal lidar assim com as demais situações do dia a dia?
Leia outros textos da ns2a no nosso blog!