Síndrome é caracterizada pelo esgotamento físico, mental e emocional
Em janeiro de 2022, o Burnout passou a ser reconhecido como uma doença ocupacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo a entidade, a síndrome é resultante de um “estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso”, caracterizada por três dimensões: sentimentos de exaustão ou falta de energia; negativismo, cinismo ou distanciamento do trabalho; e redução da eficácia profissional. Com essa nova classificação, o Burnout começa a ser tratado de uma forma diferente, o que acende um alerta para as organizações: a importância do compromisso com o bem-estar dos colaboradores.
No Brasil, o esgotamento físico, mental e emocional já atinge uma boa parte da população: o país ocupa o 2º lugar no ranking mundial de trabalhadores com Burnout, de acordo com a International Stress Management Association (ISMA-BR). Além disso, é a nação com maior número de pessoas sofrendo de ansiedade e o quinto com mais casos de depressão, segundo a OMS.
Os altos índices estão relacionados, por um lado, ao mundo complexo em que vivemos, marcado pela aceleração tecnológica nos últimos anos, globalização e bombardeamento de informações, além do modelo de trabalho caracterizado por uma pressão cada vez maior por resultados a qualquer custo. Por outro lado, muitas organizações também não têm assumido sua corresponsabilidade pela promoção da saúde dos colaboradores, deixando de criar condições para evitar o Burnout nos ambientes de trabalho.
Com a pandemia, todas essas questões foram intensificadas. A migração para o trabalho híbrido, o contexto de crise sanitária global e o sofrimento pela perda de entes queridos são alguns fatores que contribuíram para o esgotamento físico, mental e emocional dos profissionais, favorecendo o desenvolvimento do Burnout e de problemas semelhantes.
O que fazer para evitar o Burnout?
Com o reconhecimento da doença como um fenômeno ocupacional, um fato se tornou evidente: o Burnout não é “frescura.” As lideranças precisam começar a refletir sobre a cultura que estão criando e as condições de trabalho que oferecem aos seus colaboradores. Mais do que isso, devem entender que promover o bem-estar dos funcionários não é uma opção, e sim uma medida fundamental até mesmo para garantir os resultados da organização. Profissionais esgotados e sobrecarregados são menos produtivos, perdem a motivação e tendem a se ausentar com maior frequência, o que traz impactos negativos tanto para eles mesmos quanto para a empresa.
Ações como promover diálogos sobre o Burnout, trazendo especialistas sobre o tema para capacitar as lideranças e informar os colaboradores, são essenciais. É importante que o assunto seja discutido e evidenciado nas organizações. Os líderes precisam estar preparados para apoiar sua equipe: por um lado, devem saber como criar um ambiente de segurança psicológica, respeito, tolerância, partilha e confiança, em que todos se sintam acolhidos. É necessário destacar ainda que devem ter um olhar mais próximo e empático com cada profissional para compreender seu contexto individual e identificar aqueles que mais precisam de suporte em determinados momentos.
Também é importante pensar em ações mais práticas, entre elas implementar projetos como o coaching de equipes . Essa abordagem foca na eficácia, integração, colaboração e desenvolvimento das equipes dentro da organização. Para isso, fomenta a criação de um espaço de segurança psicológica, em que todos os profissionais se sintam parte do time, sejam valorizados, tenham clareza sobre seus papéis e sobre como agregam valor à empresa. Isso é fundamental para garantir o bem-estar mental e emocional de todos – e, por consequência, melhorar seu engajamento, motivação e produtividade.
Por fim, não se pode esquecer que o cuidado individual também é fundamental. No mundo acelerado e competitivo em que vivemos, muitos profissionais sentem que precisam buscar a perfeição a todo custo, que podem dar conta de tudo – mesmo que isso os sobrecarregue e desencadeie problemas como o Burnout – e que não podem demonstrar fraquezas. Porém, isso está longe da verdade: é preciso ter a coragem de ser vulnerável, olhar com carinho para si mesmo, pedir ajuda quando necessário e aceitar o apoio de outras pessoas.
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