Conheça os benefícios da CNV para os relacionamentos pessoais e profissionais
Você já se perguntou como poderia dialogar melhor com as pessoas? Alguma vez pensou em buscar maneiras mais eficazes de se comunicar para fortalecer seus relacionamentos, tanto no âmbito pessoal quanto profissional? A verdade é que nem sempre conseguimos nos expressar e ouvir o outro de forma clara, assertiva, empática e, principalmente, consciente. Isso exige, em primeiro lugar, manter o foco no que realmente é importante, seja durante uma conversa difícil, negociação ou conflito. Uma técnica muito utilizada para facilitar esse processo e possibilitar interações mais eficientes é a Comunicação Não Violenta (CNV).
Desenvolvida nos anos 60 pelo psicólogo Marshall Rosenberg, a CNV é uma abordagem baseada em habilidades de comunicação e linguagem, tanto verbal quanto não verbal, que auxiliam na reformulação da maneira como as pessoas se expressam e ouvem umas às outras. O objetivo é promover interações mais conscientes, apoiadas no respeito mútuo, atenção e empatia, para fortalecer as conexões humanas. Continue a leitura e entenda melhor como funciona esse modelo de comunicação na prática!
Comunicação e o Cérebro Trino
A teoria do Cérebro Trino, criada pelo neurocientista Paul McLean nos anos 70, ajuda a entender como as pessoas respondem a qualquer tipo de situação de risco. Segundo McLean, o cérebro humano tem três divisões: reptiliano, límbico e neocórtex. O reptiliano está ligado à sobrevivência, ou seja, coordena nossos aspectos fisiológicos e mantém o funcionamento do corpo. Além disso, quando nos deparamos com ameaças físicas ou verbais, ele reage com três possíveis instintos: fuga, luta ou bloqueio. Já o cérebro límbico é responsável por armazenar as emoções, lembranças, hormônios, aprendizados e comportamentos, o que permite o desenvolvimento de relações e da vida em sociedade. Por fim, o neocórtex é o cérebro racional, encarregado das nossas funções intelectuais superiores, como a lógica e a criatividade.
As situações percebidas pelo nosso cérebro como sendo de risco, que exigem uma resposta rápida, nem sempre são físicas. Imagine uma conversa difícil ou um conflito, no qual uma pessoa diga coisas que impactam diretamente as crenças e valores que você tem, por exemplo. Nesse caso, o primeiro instinto do cérebro é ativar o modo de defesa e preparar o corpo para a ação imediata. Depois, a informação chega até a parte límbica, onde são desencadeadas as emoções, e então é levada até o neocórtex, quando, por fim, pensamos na melhor maneira de reagir racionalmente.
Mas o que isso tudo tem a ver com a Comunicação Não Violenta? A CNV busca, justamente, criar um ambiente de confiança e segurança psicológica entre as pessoas para que, durante uma conversa difícil, a informação chegue mais rapidamente ao nosso neocórtex. Em outras palavras, o objetivo é evitar, por um lado, comportamentos excessivamente agressivos (em que as emoções tomem conta) e, por outro, posturas submissas (quando o indivíduo se omite e se cala). É necessário ter assertividade, ou seja, primeiramente focar naquilo que é importante e pensar racionalmente na melhor forma de responder à situação, com base na escuta ativa e na empatia.
Como aplicar a Comunicação Não Violenta?
A primeira etapa da CNV na prática, de acordo com Marshall Rosenberg, é a observação. Isso significa perceber os fatos e o que realmente está acontecendo sem fazer julgamentos morais. Veja um exemplo: ontem, tentei falar com você três vezes e não tive resposta. Depois, devemos identificar e expressar com clareza nossos sentimentos. Nesse caso, é importante evitar críticas não construtivas e, em vez disso, demonstrar o impacto da ação do outro: quando você tem essa atitude, eu me sinto dessa maneira. Dar abertura para que a pessoa diga o que sente também é fundamental.
A terceira etapa é a identificação das necessidades, ou seja, perceber do que você precisa naquele momento. A partir disso, é possível fazer um pedido específico e concreto, com o uso de uma linguagem positiva. Vale lembrar que não se deve transformar o pedido em uma exigência: é importante expressar a sua necessidade, mas deixar claro que a pessoa tem o poder de decisão e de escolha. Assim, em vez de optar por frases impositivas, como faça isso, senão tal coisa vai acontecer, é mais produtivo dizer, por exemplo, eu gostaria que você fizesse tal coisa, explicar os motivos da sua solicitação e os benefícios que isso traria para ambos.
A Comunicação Não Violenta pede consciência e intencionalidade. O propósito ou a intenção positiva da conversa precisam estar claros desde o início. Cada pessoa deve refletir sobre o que deseja para si mesma, para o outro e para a relação entre os dois. Dessa forma, é possível fortalecer a confiança e a segurança psicológica para conduzir a situação com assertividade e empatia, definir soluções mais eficazes e melhorar a produtividade dos relacionamentos, sejam eles pessoais ou profissionais.
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