Saber usar essa palavra no dia a dia traz efeitos positivos para a vida e a saúde
Você já teve dificuldade em dizer “não” durante uma conversa pessoal ou profissional? Alguma vez ficou com essa palavra na ponta da língua, mas não teve coragem de usá-la? Seja por medo de desagradar o outro, ser mal interpretado, gerar um desconforto ou provocar um conflito, muitas pessoas não conseguem adotar o “não” nas mais diversas situações cotidianas. O problema é que, ao longo do tempo, isso pode prejudicar a produtividade, eficiência e até mesmo a saúde em vários níveis.
Imagine, por exemplo, que você precisa entregar um determinado material na sua organização até o final do dia e, de forma repentina, alguém da sua equipe lhe pede ajuda com outra atividade urgente. Se você disser “não”, corre o risco de causar um desconforto e prejudicar a relação com o outro, mas, se disser “sim”, é possível que não consiga entregar seu próprio material naquela data. Então, como lidar com esse tipo de situação da melhor maneira? Continue a leitura e entenda!
Dizer “não” requer reflexão e consciência
Uma coisa é certa: agradar a todas as pessoas parece algo positivo, mas não é possível fazer isso o tempo inteiro. Ao tentar deixar todos ao nosso redor satisfeitos e evitar divergências ou conflitos, muitas vezes abdicamos das nossas próprias vontades e necessidades, o que, sem dúvidas, não faz bem à saúde. É por isso que precisamos ter consciência e refletir diante das situações. Quando alguém nos faz um pedido ou proposta, seja no âmbito pessoal ou profissional, precisamos, em primeiro lugar, escutar com atenção para, então, pensar sobre a melhor maneira de responder. É importante que a resposta agregue valor para o outro, mas também para nós mesmos. Isso significa que, se o “não” for a solução que mais faz sentido, precisamos usá-lo.
A reflexão nos ajuda a perceber nossas prioridades e intenções. Além disso, possibilita uma compreensão sobre os impactos do nosso “não” e do nosso “sim”. Como no exemplo citado anteriormente, quando temos um prazo para entregar um material, provavelmente ficaremos sobrecarregados e não conseguiremos cumprir com esse objetivo se nos dedicarmos a outra atividade a pedido de um colega. Isso pode prejudicar, ainda, o bem-estar, a eficiência e a produtividade no trabalho. Então, é necessário tomar o controle da situação, definir limites e saber dizer “não” ao outro.
Mas como usar o “não” na conversa e, ao mesmo tempo, evitar um degaste na relação com a pessoa? A comunicação e a maneira de se expressar são pontos-chave: é preciso ter atenção tanto com a linguagem verbal quanto não verbal. Quando dizemos “não” a uma pessoa e temos o objetivo de manter um relacionamento saudável com ela, precisamos deixar claro o motivo da recusa por meio das palavras. Porém, também podemos mostrar nossa boa intenção com gestos, tom e volume adequados da voz, sorrisos e até mesmo com o olhar. Se a conversa for realizada de forma virtual, é possível, ainda, usar a tecnologia a nosso favor. Podemos, por exemplo, utilizar os emojis para uma comunicação mais empática e positiva.
Outro ponto a considerar é que nem sempre se trata de uma questão de dizer ‘sim’ ou ‘não’ em absoluto. Muitas vezes a conversa leva para uma negociação sobre tempo, escopo, responsabilidade ou recursos. Por exemplo, se alguém pede para falar conosco enquanto estamos no meio de alguma tarefa importante que exige concentração, podemos propor falar em algum outro momento, em que vamos ter todo o nosso tempo para nos dedicarmos a dar atenção plena. Outro exemplo é quando alguém da nossa equipe ou algum filho pede ajuda para algum tema e nós, inconscientemente, damos todas as respostas, em vez de fazer a pessoa mesma pensar em soluções. Neste caso, além de estarmos tomando para nós uma tarefa que não é nossa e carregando a nossa agenda, também impossibilitamos o desenvolvimento da nossa equipe ou dos nossos filhos para se tornarem autônomos e pensarem por si sós. Isso faz com que nos tornemos uma bengala à qual eles se acostumam a se apoiar.
Dessa forma, é importante saber dizer não e ao mesmo tempo se manter aberto para novas possibilidades. Assim podemos demostrar nossas intenções positivas sem criar conflitos e mal-estares com os outros ou colocarmos a nós próprios em uma situação desconfortável, na qual nos atolamos com tarefas, o que leva a sobrecarga e até descumprimento de compromissos. Devemos buscar um “ganha-ganha”, tornando mais fácil que mantenhamos relações saudáveis, tanto pessoais quanto profissionais, além de promover eficácia, eficiência de processos e bem-estar.
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