Precisamos falar sobre a saúde integral da mulher

Se uma vida equilibrada reduz riscos de doenças, inclusive o câncer de mama, autocuidado e compartilhamento de responsabilidades são fundamentais

Ao longo do mês de outubro, marcado pela campanha Outubro Rosa, as atenções se voltam para as mulheres e sua saúde. Para conscientizar a população sobre os riscos do câncer de mama e, mais recentemente, do colo do útero, as ações falam em incidência, diagnóstico precoce, autoexame, mamografia, acompanhamento médico e, claro, prevenção.

No âmbito da prevenção, uma questão essencial a ser discutida é a ideia de saúde integral da mulher: afinal, se uma vida equilibrada contribui para prevenir as doenças – e não apenas o câncer, diga-se –, é necessário, então, pensarmos em como promover a boa forma física, mental, emocional, espiritual e profissional para conseguirmos efetivamente ser saudáveis e reduzir os riscos para o desenvolvimento de problemas de qualquer tipo.

A saúde integral da mulher passa por todos os aspectos citados anteriormente, do físico ao espiritual. Manter-se saudável, nesse sentido, depende de um equilíbrio entre os diferentes âmbitos da vida e do compartilhamento de responsabilidades, o que é um ponto de dificuldade para muitas mulheres.

O motivo é para isso é histórico: desde a antiguidade, as mulheres assumiram a responsabilidade pelo cuidado de suas famílias, de suas casas, de seus grupos de convivência. Embora não seja inato, o papel ficou associado a elas – e elas, de certa forma, presas a esse papel. Mais que isso: ele contribuiu para moldá-las como indivíduos mais empáticos, atentos às necessidades alheias e dispostos a acolhê-las.

Assim, quando as mulheres começaram a ocupar espaços fora da esfera doméstica, o cuidado continuou sendo visto como atribuição delas, que passaram, então, a enfrentar uma dupla jornada e a replicar o comportamento empático no ambiente de trabalho – o que as colocou como responsáveis pelo cuidado também nesses lugares.

Ao ocuparem novos espaços, mulheres continuaram sendo vistas como responsáveis pelo lar e pelos filhos, assumindo dupla jornada.

O resultado foi a sobrecarga e o desequilíbrio na vida dessas mulheres. E, consequentemente, o comprometimento do estado geral de saúde delas. Não à toa, conciliar maternidade e carreira se tornou um grande desafio para elas, e muitas se tornaram mais vulneráveis ao desenvolvimento de doenças físicas e transtornos mentais. Restabelecer o equilíbrio tornou-se, então, fundamental.

Avaliação, compartilhamento e autocuidado

Reverter a situação de sobrecarga e desgaste demanda, primeiramente, uma avaliação individual da mulher sobre sua vida. É importante que ela olhe para si de forma integral, considerando todos os aspectos do seu dia a dia, para entender o que está funcionando para si e o que precisa mudar, além de buscar caminhos alternativos para aquilo que está dificultando a rotina.

De forma geral, o que se percebe nesse momento de tomada de consciência é que a mulher precisa se dedicar mais ao autocuidado, o que pode ser feito de diversas formas, de exercícios físicos a terapia ou hobbies. Embora ainda seja encarado por algumas pessoas como um ato de egoísmo, o autocuidado nada mais é do que parar para olhar para si e se nutrir, o que também se reflete em um melhor cuidado com os outros.

Outro ponto importante é chamar quem está ao seu redor para compartilhar a responsabilidade pelo cuidado, seja cônjuge ou companheiro (a) em casa, sejam colegas de trabalho no ambiente organizacional. Isso não é o mesmo que pedir ajuda e delegar algumas tarefas específicas: é abrir espaço para que a contribuição seja constante, criando um ambiente de troca e intercâmbio, de responsabilidade compartilhada.

Essa reflexão deve ser feita também pelas próprias pessoas ao redor, incluindo cônjuges, companheiros (as), filhos (as), parentes, amigos (as) ou colegas. Todos precisam, igualmente, ter a consciência de que as mulheres não podem – e não devem – dar conta de tudo sozinhas. Assim, seu papel inclui buscar ativamente essa divisão de responsabilidades e não encarar a situação como uma imposição ou fardo, mas sim um compartilhamento.

Essas medidas podem provocar mudanças importantes na rotina e no bem-estar da mulher. O impacto virá não apenas para aquela que alcança melhor equilíbrio e um estado de saúde integral, mas também por aqueles que estão ao seu redor, tanto no âmbito pessoal quanto profissional. Os benefícios devem ser sentidos por todos e criar um ciclo virtuoso.

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