Clareza de visão e de valores, comunicação e capacidade de adaptação estão entre as habilidades fundamentais
Quando falamos sobre liderança, a primeira coisa a se ter em mente é que esse conceito envolve muito mais do que apenas gerenciar projetos e pessoas. Nesse sentido, existem diferenças fundamentais entre o papel de gestor e o papel de líder: o gerenciamento se faz principalmente por meio de gestão de recursos, metas e resultados, acompanhamento, monitoramento e avaliação dos resultados. A liderança, por outro lado, tem a ver com inspiração, motivação e engajamento de pessoas. As duas coisas se complementam, mas não são iguais.
Um líder deve agregar, em suas competências, práticas que vão desde a capacidade de prospecção e projeção do futuro e alinhamento com a equipe, até o propósito de direcionar pessoas para objetivos em comum. Isso envolve clareza de visão e de valores, boa comunicação e gestão emocional, construção de relacionamentos e capacidade de adaptação. Tais habilidades já são importantes hoje, mas se tornarão ainda mais necessárias no futuro próximo, daqui a 10 ou 15 anos: afinal, o mundo está cada vez mais volátil e complexo, e líderes que não estiverem atentos à necessidade de mudanças na sua forma de atuar ficarão para trás nas organizações e no mercado. Continue a leitura e entenda melhor cada uma dessas competências!
Clareza de visão e de valores
Observar o contexto e tendências, as pessoas à nossa volta e a nós mesmos de forma curiosa e aberta permite entender o momento que vivemos. Isso é importante para que o líder aumente sua autoconsciência e autopercepção, visualize mais possibilidades e reflita não só sobre o que o futuro trará, mas sobre qual futuro ele e sua equipe desejam.
Comunicação e gestão emocional
A comunicação é, talvez, a segunda ou terceira necessidade do ser humano, atrás apenas do respirar e alimentar-se. Ela também é a base para conectar e engajar pessoas, especialmente em momentos de crise ou dificuldades.
Para que um líder se comunique bem, é preciso ser claro, saber escutar e também fazer perguntas. É necessário expor suas percepções, ideias e pontos de vista de forma transparente, mas também ouvir sua equipe e, mais do que isso, levar em consideração o que eles têm a agregar. Ademais, é importante praticar o ato de perguntar sempre, pois isso libera o potencial criativo das pessoas e permite que elas reflitam para buscar soluções e formular ideias que tragam mais valor ao trabalho realizado e à organização.
Outra questão importante é a gestão emocional: líderes precisam aprender a avaliar, entender e administrar seus sentimentos e os de outros para que consigam ter bem-estar, gerenciar as situações e tomar decisões de forma mais assertiva e eficaz. A partir de seu próprio exemplo, eles podem ensinar sobre gestão emocional também para suas equipes e criar um ambiente de segurança psicológica, que evite problemas como Burnout e possibilite a manutenção do bem-estar de todos os profissionais. Boa comunicação e gestão emocional são base para a boa gestão de conflitos, inclusão e criatividade.
Relacionamentos Interpessoais
A conexão com os outros e o sentimento de fazer parte de um grupo são características indispensáveis para a boa saúde mental das pessoas e, consequentemente, para o sucesso das organizações.
Líderes precisam exercitar intencionalmente a capacidade de criar relacionamentos interpessoais saudáveis com sua equipe, pois isso permite alinhar o indivíduo ao coletivo e, dessa maneira, criar confiança entre os integrantes. Isso possibilita que o time cocrie maior valor em conjunto, o que traz mais resultados do que a soma das contribuições individuais. Nesse sentido, a inteligência emocional e a habilidade de lidar com conflitos são dois fatores-chave para a construção de relações interpessoais eficazes, já referidas como aspectos associados à comunicação e gestão emocional.
Capacidade de adaptação
O líder também deve compreender que as mudanças ocorrem rapidamente e requerem adaptação. Portanto, uma competência primordial deve ser a capacidade de buscar aprendizados, pois não é possível ficar parado, sem ação, em meio à intensa velocidade de alterações.
É necessário agir e pensar de maneira preventiva e antecipar mudanças futuras. Pense em todas as mudanças provocadas pela pandemia da Covid-19: elas são recentes e ainda nos ajudam a refletir sobre a necessidade de estarmos abertos aos processos de aprendizagem.
Com todas as reviravoltas que esse cenário trouxe, nos deparamos com muitas pessoas atordoadas, sem saber como agir. Isso porque o ser humano naturalmente tem resistência às mudanças. Porém, é preciso entender que transição significa aprendizado. Em momentos assim, os bons líderes são aqueles que buscam compreender a crise e agir rapidamente para que o processo produtivo não seja interrompido. Em outras palavras, para liderar, é preciso estar atento, compreender cada contexto e estar aberto às adaptações que possam surgir – transmitindo isso também para sua equipe.
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