Como conduzir a retomada das equipes para garantir o sucesso das organizações? Comunicação aberta, escuta ativa e clareza de papéis e responsabilidades são fatores essenciais
Há praticamente um ano e meio, nos deparamos com a maior adaptação que o mercado de trabalho já presenciou. Trocamos as visitas às empresas e reuniões físicas por videoconferências e o contato diário foi substituído pelo distanciamento social. Passamos do estado de presença para as telas – e, enquanto alguns se adaptaram facilmente, outros passaram pela “fadiga do mundo virtual”. Hoje, com o avanço da vacinação contra a Covid-19 pelo mundo, o retorno ao trabalho presencial começa, aos poucos, a se tornar uma realidade. Mas como garantir que ele seja produtivo e promover a reintegração de equipes?
Durante esse período de pandemia, vivemos a insegurança e a incerteza de voltar ou não para o escritório, alteramos a rotina da casa e deixamos o traje de trabalho no armário. Depois de tanto “abre e fecha”, conforme decretos estabelecidos para as empresas, criamos muitas expectativas com o retorno. Agora, para que a reintegração ocorra da melhor forma possível, precisaremos que o senso de equipe fale mais alto: afinal, estivemos sozinhos em nossas casas, o que, para alguns, pode ter gerado certa individualidade quanto à condução do trabalho.
Neste momento, muitas organizações que haviam aderido ao sistema home office voltam para suas rotinas e as equipes, aos poucos, se readaptam ao trabalho. Uma coisa é certa: o processo de retomada deve passar pela escuta ativa das lideranças e colaboradores, pela confiança, empatia, clareza de papéis, responsabilidade, trabalho em conjunto e segurança psicológica. O valor da comunicação foi evidenciado. Ela, que já era ferramenta essencial para a relação interpessoal, ganhou nova proporção diante do trabalho remoto.
Equipes terão que reaprender a trabalhar juntas
Tomar a iniciativa em falar com as outras pessoas em prol da cooperação será um fator decisivo para a reintegração. As lideranças terão que criar acordos de trabalho, a fim de fortalecer o ambiente colaborativo e gerar maior produtividade.
Será um processo de readaptação, de reaprendizado junto aos colegas. Sabemos que tudo o que é novo exige esforço, dedicação e até “desconforto e dor” para alguns. A adaptação trará aprendizados para líderes e liderados: todos os lados vivenciarão os novos formatos estabelecidos pelas empresas. No caso das lideranças, criar um ambiente de trabalho híbrido inclusivo, certamente, será um desafio. Nem sempre é fácil manter de forma igualitária os colaboradores remotos e presenciais.
O sentimento de “pertença” também é o grande diferencial para esse trabalho em conjunto. O líder precisa estabelecer acordos com as pessoas, conversar mais, buscar um novo olhar para a comunicação, alinhar as expectativas. Mais do que isso, as empresas devem ser transparentes nas decisões – os funcionários necessitam das informações previamente para que se programem.
Por outro lado, a decisão de retorno ao trabalho presencial não será unânime: há companhias e profissionais que querem continuar a exercer o trabalho em casa por mais um período ou, então, não veem mais a necessidade da estrutura física. O Google, por exemplo, aprovou em agosto deste ano 85% das solicitações de colaboradores que querem trabalhar remotamente ou almejam ser realocados. Ao todo, 10 mil funcionários pediram para ser transferidos para um novo escritório ou trabalhar em casa.
Então, seja conduzindo um grupo de pessoas remotamente, presencialmente ou no modelo híbrido, os líderes terão que manter ou reconstruir a confiança do seu time. Isso gera estabilidade em tempos de novidade e mudança contínua. Além disso, a construção dessa confiança ajuda as equipes a crescerem e manterem o nível de comprometimento.
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