Ambientes colaborativos como fator de sucesso nas organizações

Eles possibilitam a inovação, o comprometimento e a motivação dos profissionais, além da eficácia de execução

Sabe aquele ditado popular “ninguém faz nada sozinho”? Ele se aplica muito bem quando o assunto são os espaços corporativos. O trabalho em equipe é fundamental para atingir objetivos e resultados dentro das organizações. O problema é que, na realidade, isso nem sempre acontece da melhor maneira: em muitas empresas, os profissionais se esforçam apenas para cumprir a sua função e entregar etapas específicas do processo, desconectados do resto da organização ou mesmo dos colegas. Para agregar valor e garantir a sustentabilidade do negócio em um mundo cada vez mais complexo e desafiador, só olhar a sua parte não basta. Pensar que conseguem resolver os desafios e problemas reais dessa forma é uma expectativa irrealista. É preciso construir o que chamamos de ambientes colaborativos.  

De acordo com um estudo internacional do Google e da Fundação Futuro, há uma relação positiva de 81% entre colaboração e inovação. Isso significa que, quando existe de fato uma cultura colaborativa na organização ou equipe, os profissionais se sentem mais seguros para expor suas ideias, percepções e espírito crítico. Dessa forma, conseguem refletir juntos, estimular a criatividade e encontrar soluções mais inovadoras para alcançar objetivos coletivos. Continue a leitura e saiba o que exatamente define esse ambiente de colaboração, presencial e/ou virtual, e como é possível construí-lo.

Afinal, o que são ambientes colaborativos?

Eles necessitam, em primeiro lugar, da definição clara de um propósito comum a ser alcançado. Só é possível trabalhar em conjunto de forma eficaz se todos os profissionais conhecerem o objetivo que os une como uma equipe, qual a sua importância e de que maneira eles contribuem para agregar valor, tanto individual quanto coletivamente. Portanto, clareza e intencionalidade são dois pontos fundamentais quando se trata dos ambientes colaborativos. A partir disso, as pessoas passam a ter iniciativa própria e fazem, conscientemente, um esforço de apoiarem umas às outras para atingir o propósito.

Na prática, são ambientes abertos e construtivos, onde há diálogo, trocas, escuta ativa, entendimento, interação e cocriação. Eles também possibilitam momentos de conexão, compartilhamento de ideias e alinhamento constante, o que é fundamental para que os profissionais se sintam integrados à organização e saibam o que está acontecendo.

Nesses espaços colaborativos, há mais perguntas do que afirmações, já que cada pessoa busca sempre compreender como o outro pode ajudar na conquista do propósito que é comum a todos. As conversas são focadas em aprender com as experiências, olhando possibilidades e pensando no futuro. As divergências de opinião são vistas não com julgamento, mas com curiosidade, porque as pessoas entendem que uma percepção ou uma ideia diferente da sua também pode contribuir para os resultados.

Ambientes colaborativos exigem a definição de
propósitos e proatividade para alcançá-los.

Atualmente, é cada vez mais necessário estimular a construção de uma cultura colaborativa nas organizações. Mesmo antes da pandemia, já era possível observar o quanto o cenário global de incerteza, complexidade, volatilidade e ambiguidade – características do mundo VUCA – afetava a atuação de profissionais dos mais diversos setores. Agora, após um ano e meio de crise, a insegurança e a desmotivação são ainda maiores. Os espaços colaborativos fazem toda a diferença porque, ao trabalharem nesses ambientes, as pessoas interagem melhor de forma coletiva, são mais satisfeitas, motivadas, comprometidas e produtivas. A clareza sobre seus propósitos e sobre como elas contribuem para agregar valor permite que se sintam parte do processo e tragam suas melhores versões para a atuação profissional.

Qual é o papel do líder na criação da cultura colaborativa?

A ideia que a organização ou equipe é o reflexo da liderança faz todo sentido quando falamos dos espaços de colaboração. Se um gestor conduz sua equipe com base no individualismo e no lema “cada um por si”, é muito provável que os demais ajam exatamente da mesma maneira no ambiente profissional. Por outro lado, se a liderança se fundamenta no diálogo, na inclusão e na colaboração para atingir propósitos comuns, a equipe será incentivada a seguir esses princípios. O líder é quem dá o tom através do exemplo.

Construir o ambiente colaborativo é desafiador, porque se trata de um processo com resultados a médio prazo. Nos modelos remoto ou híbrido de trabalho, a tarefa se torna ainda mais complexa. Nesses casos, os profissionais ficam distantes uns dos outros e mais focados em suas atividades individuais. Para estimular a colaboração entre eles, a líder precisa de uma intencionalidade e de um esforço maiores. Ela deve manter uma comunicação e um diálogo sempre abertos, conhecer a realidade dos membros da sua equipe e buscar entender como cada pessoa pode gerar valor.

Um fator importante tanto no regime presencial quanto no remoto é a criação de espaços de conexão e alinhamento, em que seja possível retomar o espírito coletivo, fazer os indivíduos se sentirem parte do processo no qual trabalham e saberem concretamente o que está acontecendo e as prioridades. Nesses momentos, além de o líder e a equipe discutirem de que maneira cada pessoa contribui para a organização, há a possibilidade de trocar ideias, debater temas de crescimento e pensar em soluções inovadoras em conjunto. Assim, os profissionais se sentem mais conectados uns com os outros e conseguem se ajudar para atingir os propósitos comuns.

Esse esforço intencional da liderança implica em um investimento de tempo inicial para criar as condições que permitam a colaboração. Pode parecer “não produtivo”, mas, no médio prazo, as equipes e pessoas são mais eficazes e eficientes, tanto na resolução de problemas, como na capacidade de antecipar tendências e capitalizar oportunidades.

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